A CALUNGA PEQUENA: RESPEITO E RITUAL NO CAMPO SANTO DAS ALMAS
- Flavio Santana de paula
- 21 de jan.
- 2 min de leitura
O cemitério, ou Calunga Pequena, é um campo sagrado (território santo) que deve ser respeitado ao se adentrar no domínio das almas.
Na calçada, já se encontra Ogum de Ronda, o guardião das porteiras do lado de fora. Ele é o responsável por permitir a entrada no campo santo. Na porteira ou portão, pelo lado esquerdo, está o Exu Guardião daquele cemitério. Nem sempre será seu Tata Caveira, mas é sempre um guardião da linha dos Caveiras (pode-se saudar Tata Caveira, pois ele é o representante maior dos Caveiras no campo santo). É importante pedir permissão ao guardião e, se possível, oferecer uma moeda como forma de pagamento.
Dentro da Calunga Pequena, também estão presentes outras entidades que trabalham nos mistérios da morte e da passagem, como Exu Caveirinha, Exu Sete Catacumbas, Exu Caveira Velha, além das Pombas Giras das Almas, como Rosa Caveira e Maria Mulambo da Calunga. Esses espíritos atuam nos trabalhos de limpeza, encaminhamento e equilíbrio espiritual.
Ao cruzar com o Cruzeiro, onde estão as cruzes, deve-se saudar Omolu/Obaluayê em sinal de reverência e respeito, reconhecendo que eles são os responsáveis pela transição entre a vida e a morte, além de encaminharem os espíritos para seus destinos. Pode-se também pedir a proteção e a bênção de Nanã Buruquê, que governa o mistério da morte e do retorno à terra.
Ao sair, é recomendado sair de costas, saudando e agradecendo pela entrada e permanência no local.
Recomendações importantes:
• Nunca pegue nada do cemitério sem “pagar”, ou seja, sem deixar uma oferenda em troca.
• Não se sente sobre os túmulos, pois é uma atitude desrespeitosa.
Observação: Existem encruzilhadas dentro do cemitério, mas isso é um assunto para outra explicação.
Texto: Flávio Santana
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