CONTA QUEM SOMOS - MALANDRAGEM
- Flavio Santana de paula
- 17 de fev.
- 2 min de leitura
Sorriso no rosto, conversa fácil, samba na ponta do pé, de longe a malandragem é uma das linhas mais queridas e mais procuradas da Umbanda. Conhecidos pela habilidade de "dar nó em pingo de água", os malandros são procurados para todo tipo de solução de problemas, principalmente os mais complexos.
Apesar de ser uma linha que eu particularmente amo, me sinto na obrigação de começar com essa linha a desmistificar a romantização que fazemos com as entidades. São, eles não são nossos padrinhos mágicos desencarnados, apesar de acreditarmos piamente nisso.
Começando pela Malandragem, os malandros nada mais são que pessoas que viveram a margem da sociedade, muitas vezes em situação de rua. A grande maioria dos malandros - aqui incluindo as Malandras - não usavam aquela roupa toda chique que conhecemos e muito menos o característico chapéu, que dá a cara da falange. Muitas vezes advindos de situações de pobreza extrema, eles se utilizavam de roupas esfarrapadas, simples, alguns descalços e sem todo glamour que hoje damos a eles.
Grande parte também foi algo que choca um pouco as pessoas: foram bandidos. Sim. Eles trabalhavam como guarda costas ou tinham por habilidade pequenos roubos, trapaças e furtos para conseguirem ganhar a vida. Os que conseguiam a sorte de ter um "cargo" como guarda costas, serviam como capangas dos senhores de dinheiro da época em que eram encarnados. Eram eles que "tiravam satisfações" de acordo com o bel prazer de seus senhores, pelos mais absurdos motivos.
Ainda sobre furtos e roubos, bem, eles precisavam sobreviver na situação precária que lhe era apresentada e assim, com seu "poder" de lábia, cometiam crimes como se fossem as coisas mais simples possíveis.
Mas aí vem a pergunta: e como, então, os malandros se tornaram entidades? A grosso modo, pessoas que em vida se assemelhavam às falanges, eram recolhidas por essas e era dada a oportunidade de se tornar um espírito "melhor". Coloco entre aspas pois essa designação serve apenas para nós e não para eles. Esse ponto passo por alto pois é um assunto muito complexo para esse final de texto.
Texto: Roberta Franciscati
Salve a malandragem 🍺 ❤️