UMBANDA DESCARTÁVEL?
- Flavio Santana de paula
- 15 de set. de 2024
- 2 min de leitura

A Umbanda é lealdade, respeito e compromisso com o espiritual e com aqueles que nos guiam. Ela tem sua hierarquia, seus dogmas e suas tradições que precisam ser seguidos, pois são o alicerce que mantém viva a conexão com os Orixás e as entidades. No entanto, hoje em dia, parece que tudo se tornou descartável, como um copo de plástico que se usa e joga fora. Pessoas trocam de pai e mãe de santo como se trocassem de roupa, sem refletir sobre a importância dessa relação espiritual e de respeito mútuo. E, como de costume, ao sair de uma casa, não hesitam em falar mal daquele lugar que tanto fez por elas.
Esquecem-se de quem os levantou nos momentos de dor, de quem abriu seus caminhos quando estavam perdidos, sem rumo e sem sentido na vida. Muitos chegam com a alma despedaçada, sem esperança, e, quando finalmente encontram equilíbrio e força, passam a acreditar que podem caminhar sozinhos, se achando "donos de si". Nessa autossuficiência ilusória, esquecem daqueles que ficaram ao seu lado, rezando, vibrando, e zelando por sua saúde física e espiritual, dando o suporte necessário para que voltassem a encontrar um propósito.
A Umbanda é para todos, mas nem todos são para a Umbanda. Porque a Umbanda exige comprometimento, fé, humildade e, acima de tudo, gratidão. É preciso entender que as relações dentro do terreiro são laços espirituais profundos, e não podem ser quebrados por vaidade, ego ou ingratidão. Não é sobre apenas receber, é sobre dar, servir e reconhecer o valor de cada passo dado ao lado daqueles que nos acolheram.
Mais do que uma religião, a Umbanda é uma escola espiritual e humana, onde aprendemos que o respeito e a humildade são fundamentos inquebráveis. Não existe evolução sem reconhecimento do caminho percorrido, e nem crescimento sem a base sólida da confiança e da gratidão. A Umbanda nos ensina que, para ser elevado, é preciso, antes de tudo, ser leal aos nossos princípios, à nossa casa, aos nossos guias e a nós mesmos.
Texto: Flávio Santana
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